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Jovens empreendedores

Por Anne Fernandes e Júlia Parreiras

Os jovens empreendedores estão entrando no mercado de trabalho e reinventando a maneira de fazer negócios.


Ao contrário do que se imagina, sempre existiram jovens empreendedores. No entanto, o número de jovens que começam seu próprio negócio é bem maior que no passado. Pesquisas já confirmam esse fato como é o caso do estudo realizado pelo consórcio Global Entrepreneurship Monitor (GEM) lançado no ano passado, indica que um quarto dos empreendedores brasileiros tem entre 18 e 24 anos, o que confere ao Brasil o terceiro lugar no ranking mundial de jovens empreendedores ficando atrás apenas do Irã (29%) e da Jamaica (28%).

Mas por que esse número está tão alto? A cultura do empreendedorismo vem sendo agregada à nossa cada vez mais e ele surge como uma oportunidade de melhora de vida e independência financeira. Do total de jovens empreendedores, 68% assumem que entraram nesse ramo por oportunidade enquanto os 32% restantes o fizeram por necessidade.

Mesmo o Brasil sendo o terceiro maior empreendedor do mundo, é muito pequena a participação brasileira no lançamento de novos produtos com tecnologia desconhecida, somente 3,4%. Segundo Sylvio Gomide, diretor do Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) da Fiesp, “ser um jovem empreendedor atualmente no Brasil é ultrapassar os desafios e a burocracia de um país que não vê como patrimônio, mas que será obrigado a descobrir a riqueza que tem em mãos”. Ou seja, não é necessário apenas querer construir uma nova empresa é preciso ser competente, criativo e inovador para se destacar em um mercado altamente competitivo. Nessas circunstâncias, 56% das empresas abertas em um ano serão fechadas três anos depois.

Os jovens que obtêm sucesso, além de serem criativos, inovadores e competentes, têm o domínio da tecnologia, possuem uma afinidade instintiva com a internet. Andrew Zacharakis, professor de empreendedorismo do Babson College, nos Estados Unidos, diz que “eles conseguem facilmente na web informações sobre fornecedores, clientes e tendências de consumo”. Eles também buscam a velocidade, fazem várias coisas ao mesmo tempo. O imediatismo é um fator muito importante num mundo que exige rapidez, mas em excesso pode atrapalhar. “Eles têm dificuldade de entender que é preciso esperar para obter bons resultados”, afirma David Kallás, professor do Insper (novo nome do Ibmec São Paulo).


Diferente de empreendedores de pouco tempo atrás, que eram vistos como solitários, a nova geração Y trabalha em grupo. De acordo com Reinier Evers, fundador do Trendwatching, empresa holandesa especializada em análise de tendências, os jovens são mais abertos a cooperar com os outros, a dividir e discutir ideias por terem crescido em um mundo online. Além disso, eles valorizam autonomia, a qualidade de vida e possuem uma forte rejeição à hierarquia das empresas, característica apontada por um estudo realizado com 6 mil jovens de 12 países, incluindo o Brasil.

Em um mundo tão capitalista, que visa sempre os lucros não importando o bem estar do próximo ou da natureza, os empreendedores Y se preocupam com a sustentabilidade procurando investir em produtos que não prejudicam o meio-ambiente. É o caso de Bruno de Araujo, 21, que planeja fabricar guitarras de madeira reciclada e cordas revestidas a Pat.

Mas são muitas as diferenças entre os velhos e os novos empreendedores? A diferença principal entre esses empreendedores é o comportamento. Enquanto os jovens inovam mais e correm riscos, os mais velhos se mantêm conservadores e têm menor propensão ao risco. E o mais saudável para uma empresa é possuir ambos os lideres empresariais objetivando o equilíbrio. Há situações que exigem inovação, mas, em outras, deve-seser conservador e evitar correr riscos. Deve-se também avaliar se a empresa está em condições de se arriscar.

Essa parcela da geração Y é muito importante, economicamente, para a sociedade, pois as micro, pequenas e médias empresas são responsáveis pela geração de boa parte dos empregos formais e informais e também por uma fração das exportações e do PIB do país. Porém, o empreendedor tecnológico (formado pela universidade), diferente do simples empreendedor, não contribui apenas para a geração de empregos e riquezas, mas também para o desenvolvimento de tecnologia e para a especialização da mão-de-obra.

Mas, como se tornar um bom empreendedor? Antoninho Marmo Trevisan,presidente e fundador da Trevisan Consultoria e da Faculdade Trevisan, dá dez conselhos, que são mostrados no quadro a seguir, para alcançar este objetivo.

Dez conselhos de Antoninho Marmo Trevisan para se tornar um bom empreendedor

1) Procure preservar a auto-estima dos outros. Você nunca ganhará nada humilhando alguém.

2) Não conte com reconhecimentos. Assim, você não se frustra e acaba sendo surpreendido pelo elogio.

3) Tenha sempre uma enorme curiosidade e interesse por novidades. Leia tudo, até revista em consultório dentário e bula de remédio.

4) Exercite sua capacidade na difícil arte de receber críticas, expondo suas ideias em congressos técnicos, por exemplo.

5)Cumpra suas promessas. Isso deixa sua auto-estima sempre em dia e aumenta o respeito por você mesmo.

6) Participe de uma ONG, pois nelas se aprende, entre outras coisas, a partilhar ideias e a encontrar formas de fazer o máximo com o mínimo.

7) Busque sempre conhecer suas fraquezas, sem porém fazer drama quando alguém as identifica.

8) Sempre haverá uma saída e uma solução alternativa, mesmo que se cometam erros. É preciso não perder a cabeça.

9) Não acredite que basta planejar para que tudo aconteça.

10) Curta suas vitórias. Sempre! Engula derrotas. Elas fazem parte da vida de todo ser humano.

O em preendedorismo é um fenômeno silencioso que vem crescendo cada vez mais com o passar dos dias e ele é de extrema importância não só para o desenvolvimento econômico do Brasil, mas também para todo o mundo. É necessário ressaltar que é preciso mais investimentos na área acadêmica, pois o jovem é preparado para se tornar um executivo que trabalha em uma empresa e não um líder que iniciará seu próprio negócio. Porém, aqueles que conseguiram entrar neste mundo estão quebrando barreiras e modificando a maneira de fazer negócio.

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